terça-feira, 23 de abril de 2024

"Workshop" de cravos de papel

Antes da chegada do Dia da Liberdade, a palavra transformou-se em arma. Quando escapavam à censura, e chegavam a ser publicados, os poemas eram vistos como um sinal de esperança de um futuro melhor. Felizmente esse futuro chegou há precisamente 50 anos. E desde então… os poemas que se ouviram, naquele dia, na biblioteca são celebrados, não apenas pelas suas palavras, mas também pelo seu impacto político. Através destes poemas, retrata-se a efervescência política e social vivida na época, expressando a esperança de cada poeta na conquista da liberdade e na superação de um regime autoritário, contribuindo para a valorização e a memória coletiva desse momento emblemático da História de Portugal. Neste 25 de Abril, esses poemas que celebram a liberdade foram lidos de forma expressiva pelo 2º ano Turmas D/E (Português), dando início a um workshop de cravos, sob a direção das mãos habilidosas das nossas convidadas Educadora Olga e da Prof.ª Dalila. Os alunos puseram as mãos na massa e produziram cravos com afã e saíram da biblioteca ostentando, com orgulho, os cravos, muito bem executados.

Recital de poesia e músicas de abril, no Polivalente

No Polivalente, ecoaram os valores de abril, cantados (1.º F) e lidos (2.º A/D), celebrando com o 10.º e 11.º anos a alegria de viver em liberdade.

 

Inauguração da exposição na Biblioteca Municipal de Cinfães - “Bibliotecas em liberdade”

Cinquentenário do 25 de abril, liberdade... e um convite da Biblioteca Municipal de Cinfães para a sessão inaugural da exposição “Bibliotecas em liberdade”. O tom foi dado pelo Maestro Carlos Nunes, que com a sua voz e guitarra trouxe às Turmas do 1.º A e B, o ambiente musical de intervenção. Altura para o Vice-Presidente da Câmara, Prof. Serafim Rodrigues nos pôr a refletir sobre as mudanças operadas pela Revolução dos Cravos e as suas muitas repercussões na sociedade portuguesa, passada e presente e futuras. Finalmente, uma visita pela exposição de cartazes e bibliográfica, ocasião para uma troca de impressões. Certamente, saímos mais conscientes do valor da liberdade e da importância de lutar constantemente pela sua manutenção e por tudo o que ainda há a conquistar, nunca esquecendo que “nas [nossas] mãos começa a liberdade!” (Manuel Alegre).

Abril na Biblioteca Escolar

Na biblioteca, exposições: "25 de abril: o fim da mordaça” (livros proibidos), #Não podias (proibições), literatura relativa a este período histórico, “Onde estavas no 25 de abril?” (painel de fotografias/breves depoimentos biográficos de professores dando o seu testemunho desse dia/época, ideia de Prof.ª Ana Inácio e Ângela Pereira).

terça-feira, 16 de abril de 2024

Dia Mundial da Poesia


 



    No dia 21 de março comemora-se o Dia Mundial da Poesia, o Dia Mundial da Árvore e o Dia Mundial da Floresta. No dia 22 de março o Dia Mundial da Água. Aproveitando o impulso de renovação da Primavera, associámo-nos a estas efemérides.
    Nossa Senhora do Castelo, em Nespereira, um local paradisíaco, que serve também como observatório da Natureza, foi o local escolhido para plantarmos um carvalho, símbolo da resistência e da sabedoria, e ouvimos as sábias palavras do senhor vereador responsável pelo pelouro da Proteção Civil e Segurança, Carlos Cardoso. Ficámos a conhecer a enorme importância das faixas de gestão ambiental, como uma resposta estrutural na prevenção e combate de incêndios rurais graves num contexto de alterações climáticas e com impacto duradouro ao nível da sustentabilidade.
    Já na Escola plantámos mais uma árvore, desta vez um amieiro, junto à entrada do portão principal, e porque a poesia também evoca a relação do Homem com a Natureza, sugerindo ambientes e paisagens e alteração dos estados de alma, foi lido um belíssimo texto do poeta telúrico, Miguel Torga, na voz da Margarida, aluna do Curso profissional Instrumentista de Sopro e Percussão.
    Dois momentos repletos de enorme significado que ficarão, certamente,bem guardados nas nossas memórias.

    Bem-hajam!

Alunas do 1.º ano do Curso Profissional Técnico/a de Comunicação e Serviço Digital.
António Portocarrero, professor de Área de Integração.
Equipa da Biblioteca Escolar


Bucólica

A vida é feita de nadas:
De grandes serras paradas
à espera de movimento;
De searas onduladas pelo vento;

De casas de moradia
Caídas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;

De poeira;
De sombra de uma figueira;
De ver esta maravilha:
Meu Pai erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha.

                                                            Miguel Torga - Diário, 1941