«É a língua materna como um amor antigo, precisamos de pensar na sua ausência para que o coração estremeça. No dia a dia usamo-la, acrescentamo-la, deterioramo-la, substituímo-la, recuperamo-la, apuramo-la, e volto a amá-la na sua singularidade e beleza, quando emigro para outras línguas e os sons são outros, as palavras são outras, e vivo nelas como estrangeira, e então volto à minha língua materna como quem regressa a um lugar de paz e segurança. Depois de percorrer outros dicionários, só na minha língua adormeço e acordo, inteira.»
Lídia Jorge, in “Todas as palavras que hão de vir"
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